terça-feira, 27 de dezembro de 2011

NEGROS INVADEM OS PALCOS CARIOCAS

Posted: 26 Dec 2011

Mês de dezembro e no início de janeiro, três espetáculos, todos musicais, estão dando o que falar.

“Galanga, Chico Rei” e “Missa dos Quilombos” contam histórias da resistência negra. A primeira peça mostra a vida de um rei do Congo, que se torna herói no Brasil. Já o segundo – com canções de Milton Nascimento -, mostra a dura realidade dos negros nos quilombos.

Fechando com chave de ouro, o mais comentado musical da cidade, “Tim Maia” segue a todo vapor no Teatro Oi Casagrande.
Veja detalhes de cada espetáculo

Galanga, Chico Rei


 Uma história de escravidão, mas com final feliz. Assim é o musical “Galanga, Chico Rei”, que conta a vida do homem que trouxe a Congada para o Brasil. Com texto e trilha original de Paulo César Pinheiro – um dos grandes nomes da MPB, com mais de 2 mil composições – a peça é dirigida por João das Neves, e apresenta um elenco de doze atores de Minas Gerais, Maurício Tizumba, Alysson Salvador, Bia Nogueira, Denilson Tourinho, Evandro Passos, Everton Coroné, Felipe Gomes, Kátia Araccelle, Lucas Costa, Maíra Baldaia e Rodrigo Jerônimo onde aconteceu a maioria dos ensaios.

O ritmo apresentado no palco é a congada – bailado dramático tradicional em vários estados, principalmente em Minas Gerais – que é acompanhado pelos figurantes através de cantos, danças, cortejos, cavalgados, levantamento de mastros e muita música. Através da música, a encenação também aborda a história tradicional do Brasil sob a identidade afro-brasileira e a trajetória de Chico do Congo às terras brasileiras. Para compor a cenografia, o palco toma forma de um quartel de congadeiro, local onde são realizadas festas e cerimônias, apresentando o congado e suas coreografias.

Autor de “Galanga, Chico Rei”, Paulo César Pinheiro conta que o espetáculo propiciou um aprofundamento histórico para ele e para o público. “Do famoso Chico Rei, nossa história oficial não conta muita coisa. Não existem documentos a seu respeito. Há romances que são inventados, mas a história de Chico Rei é verdadeira na medida em que ela representa coisas acontecidas com muitos negros escravos”, diz. “Este espetáculo resgata o mito pela figura do Pai Grande que conta a história de Chico Rei aos jovens congadeiros, evocando e valorizando a tradição oral para a reconstrução de nossa história”.


Missa dos quilombos

Visto por mais de 65 mil espectadores, sucesso de crítica, Missa dos Quilombos é um manifesto abolicionista de todas as escravidões e é um convite ao respeito à diversidade das manifestações religiosas.

Com músicas de Milton Nascimento, textos de Pedro Casaldáliga e Pedro Tierra e direção geral de Luiz Fernando Lobo, Missa dos Quilombos traz a história dos negros no Brasil misturando o rito católico com as expressões da cultura afro-brasileira. Com direção musical de Túlio Mourão e direção de percussão de Robertinho Silva, o musical conta com 31 artistas em cena e canta os novos Quilombos, as novas formas de resistência, as novas utopias.

Tim Maia – Vale Tudo
O musical dirigido por João Fonseca conta a vida de um dos maiores ídolos da música brasileira. Tim Maia, conhecido pela irreverência, o bom humor e, infelizmente, também pelos problemas com o abuso do uso de drogas e álcool, apontado como principal motivo para a morte prematura, aos 55 anos, em 1998.
O espetáculo estrelado por Tiago Abravanel, de apenas 23 anos, relata a trajetória do cantor desde a infância na Tijuca, quando era entregador de marmitas, até sua morte, passando pelo período que morou em Nova York, as primeiras bandas – uma delas teve como integrante o atual “Rei” Roberto Carlos – e os sucessos pop nas décadas de 70, 80 e 90.
Ao longo da peça, o público poderá cantar junto hits como “Vale tudo”, “Não quero dinheiro”, “Chocolate”, entre outras faixas conhecidas não apenas do Leme ao Pontal, mas também do Oiapoque ao Chuí.
Vale  a pena assistir os movimentos negros teatrais dando visibilidade da atuação do negro do Brasil de outrora  e de hoje.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

O SUPERITNDENTE FINACEIRO DO HOSPITAL SÍRIO LIBANÊS

Na última década, o Hospital Sírio-Libanês, localizado no bairro da Bela Vista, nas imediações da tradicional Avenida Paulista, em São Paulo, passou a receber empresários e políticos de expressão no cenário nacional, como Lula, José Alencar e Reynaldo Gianecchini em busca de tratamento de saúde.
Centro de excelência médica no país, o espaço se notabilizou como referência no tratamento contra o câncer. A atual presidente Dilma Rousseff também escolheu a instituição para se tratar, assim como o fizeram antes dela o atual presidente paraguaio, Fernando Lugo.
A razão: no campo da oncologia, o Sírio-Libanês não fica nada a dever aos grandes hospitais mundiais.
   Uma das pessoas que está por trás de toda a equipe médica, colaborando para o bom funcionamento do hospital, é o superintendente de controladoria e finanças, Carlos Alberto Marsal. Famoso por tomar decisões importantes e na função há mais de 10 anos, o médico é um dos responsáveis pelo sucesso do hospital.
É ele quem cuida da compra de nova aparelhagem e de tudo o que está relacionado à dinheiro. Com pulso firme de um líder nato, Marsal fala que para 2012, a ideia é ampliar mais ainda a área de oncologia, e até 2013, pretende concluir o investimento de R$ 1 bilhão, iniciado em 2009, que inclui a compra de equipamentos sofisticados, como o acelerador linear Novalis TX.
Mesmo na cidade de São Paulo, o Sírio também passou a atender pacientes de câncer na sua unidade no bairro do Itaim Bibi. “A construção das filiais está sendo financiada com recursos próprios”, diz Carlos Alberto Marsal. Segundo ele, a receita do Sírio deve chegar a R$ 820 milhões neste ano, o que representa um crescimento de 15% em relação a 2010.

Artigo retirado da Revista Afro

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

TROFÉU CULTURA NEGRA

                               


A Comissão de Cultura deste colegiado necessita acompanhar a evolução das Escolas de Samba e Blocos Carnavalescos, com vistas à premiação, nos desfiles da Pista de Desfile Darci Ribeiro (Sambódromo), Estrada Intendente Magalhães, na Avenida Cardoso de Moraes e Avenida Rio Branco, em acordo com os objetivos propostos.
O Troféu Cultura Negra no Carnaval é um prêmio instituído pelo COMDEDINE-RIO – Conselho Municipal de Defesa dos Direitos do Negro, na Cidade do Rio de Janeiro, para agraciar, desde 1995, as Instituições de Samba que se destacam com abordagem, em seus enredos, de assuntos referentes às origens e expressões históricas e culturais da Comunidade Afro-brasileira, sendo um incentivo ao trabalho que tem potencialidade para contribuir no resgate das raízes do povo negro no Brasil, e ao mesmo tempo uma chamada de atenção na direção dos artistas que, coletivamente, constroem o sucesso da maior festa popular do povo carioca, mundialmente conhecida como uma das grandes expressões culturais do planeta. O troféu traduz-se numa estatueta representativa de um corpo humano que desenvolve passos de samba enquanto toca um tamborim (instrumento, tão antigo quanto atual, de tão pequeno porte quanto de tão grandes possibilidades), foi idealizada pelos pesquisadores do COMDEDINE, os senhores Bernardes Filho e Jaci Guimarães, e criada pelo artista plástico Cláudio Barros. Assim, a estatueta, reunindo harmoniosamente a arte plástica e a rítmica, demonstra a versatilidade, o dinamismo e o poder de comunicação do Ser Negro através da representação simbólica do Samba, conhecido e reconhecido em nosso país e por diversas nações.
Tanto por nossa arte, imagem viva de nosso potencial humano, quanto pelo trabalho consciente e eficaz de nossas agremiações, vamos revelando o valor do nosso povo.
O critério para a premiação será aplicado pela Comissão de Avaliação criada pela Comissão de Cultura e aprovada em Plenário do COMDEDINE-RIO.
Fonte: Site Prefeitura http://www0.rio.rj.gov.br/comdedine/

sábado, 3 de dezembro de 2011

ESTE ARTIGO DEVE CONSTAR NOS LIVROS ESCOLORES

A consciência negra do Brasil

Os negros, apesar de serem maioria étnica no Brasil, conforme as perspectivas de crescimento da população brasileira, estão praticamente fora do parlamento no país. O primeiro parlamentar federal negro eleito foi Eduardo Gonçalves Ribeiro, maranhense e filho de escrava. Anteriormente, já havia sido o primeiro afrodescendente a assumir um governo de província, a do Amazonas em 1892 até 1896, logo em seguida é eleito senador, mas não toma posse. Em 1897 foi eleito deputado federal, exercendo o mandato até sua morte em 1900. A atual legislatura do Congresso Nacional tem apenas 9% de congressistas negros, o que equivale a 44 deputados e deputadas. Já a Frente Negra do Congresso Nacional, criada em maio de 2007, tem uma composição bem melhor e até certo ponto expressiva, 220 deputados e 4 senadores, sendo o PT o partido que mais possui membros, com 70 deputados, o PMDB com 44 deputados, o DEM com 12 deputados e o PSB com 11 deputados. Os senadores dessa frente são oriundos do bloco PT/PCdoB. No entanto, somente onze partidos políticos dos 29 legalmente constituídos no TSE – Tribunal Superior Eleitoral -, têm secretarias dedicadas aos negros ou de setorial afro, são eles: PHS, PSB, PT, PMDB, PDT, PTB, PRB, PSTU, PCO, PSOL e PSDB, com o seu Tucanafro.

Nas últimas eleições foram eleitos 46 deputados estaduais, 68 vereadores nas capitais e 44 deputados federais. E, relação à faixaa etária dos parlamentares negros no Congresso Nacional são 9 parlamentares entre 22 e 40 anos de idade e 35 com 41 anos de idade. Na sua maioria, 92%, têm formação em nível de 3º Grau, sendo que a maior parte deles exercem profissões como professor, pedagogo e outras ligadas à educação: 11; advogado ou com formação em Bacharel de Direito: 11; 5 são servidores públicos, 4 se autodeclaram empresários, comerciantes ou administrador; 1 é agropecuarista, 2 são médicos, e há ainda aqueles que informaram exercerem outras profissões como radialistas, 4; engenharia 1; pastor 1; geógrafo 1; humorista 1 e esportista também 1.

Essa exclusão dos negros na vida política brasileira reflete ainda a forma equivocada como a abolição da escravatura foi feita, pois deixou os ex-escravos de fora de setores essenciais da vida em sociedade, como o acesso à educação, trabalho e, como os dados do Balanço do Voto Étnico Negro mostram, também do processo eleitoral, mesmo levando-se em conta as projeções que apontam o Brasil como país de maioria populacional negra, conforme os indicadores do Censo de 2010 do IGBE – Instituto Brasileiro de Estatística.

Portanto, as aspirações da abolição de 1888 ainda não deram os resultados esperados e é preciso uma nova abolição para pôr, minimamente, brancos e negros em nível de igualdade para fazer do Brasil uma nação justa e igual para todos e todas.
Sobre o autor
Alexandre Braga
Diretor Nacional de Comunicação da UNEGRO
Via Ojornalweb
Este artigo foi tirado do site Afrokut.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

MONUMENTO À LUTHER KING FOI INAUGURADO HOJE NOS EUA

14/11/11
O presidente Barack Obama, e milhares de integrantes da comunidade afrodescendente nos Estados Unidos, que têm 39 milhões de pessoas (12,6% da população), compareceram em Washington para homenagear Martin Luther King, defensor dos direitos dos negros e Prêmio Nobel da Paz, na inauguração de um monumento em sua homenagem.


Quase meio século passou desde o discurso histórico e “nosso trabalho, o de King, ainda não está completo”, acrescentou o presidente, ao lembrar que resta muito a fazer na luta contra a pobreza e a desigualdade.

O memorial de Martin Luther King, localizado perto do National Mall, a imensa esplanada ao sul da Casa Branca, foi inaugurado 48 anos depois que uma manifestação a favor dos direitos civis reuniu, no mesmo local, 250.000 pessoas, em um momento em que os negros lutavam por embarcar no mesmo ônibus que os brancos ou frequentar a universidade.

Desde então, quase todos os americanos, tanto negros (85%), quanto brancos (90%), concordam em que o respeito aos direitos dos afrodescendentes teve avanços, segundo pesquisa do Gallup, publicada no final de agosto no jornal USA Today.

Cinquenta e um por cento dos entrevistados, ou 54% dos negros e 49% dos brancos, consideram que o sonho da igualdade racial de King se cumpriu nos Estados Unidos.

“Lembremos que há 50 anos a segregação era lei e havia ‘códigos negros’”, que estabeleciam regras de convivência dos negros na sociedade americana, explicou à AFP Hilary Shelton, vice-presidente da organização mais antiga de defesa das minorias, a Associação Nacional para o Progresso das Pessoas de Cor (NAACP, na sigla em inglês).

Graças a Martin Luther King, “nosso país tomou uma direção muito melhor. Avançamos muito, mas ainda resta muito a fazer”, acrescentou.

Inf; Revista Afro

terça-feira, 1 de novembro de 2011

BEETHOVEN SERIA NEGRO !?


          A afirmação pode parecer estranha à primeira vista, porém, de acordo com o livro Beethoven – A Música e a Vida, escrito por Lewis Lockwood, um dos grandes especialistas em Beethoven da atualidade, declarações de diversas pessoas que tiveram a sorte de conviver com o compositor alemão garantem, ele era negro ou há uma grande probabilidade de isto ser verdade.

A família Fischer, proprietária da casa onde Beethoven cresceu, em Bonn, relata: “Era homem baixo e forte, de ombros largos, pescoço curto, cabeça grande e nariz redondo, com tez escura. Ele sempre se inclinava um pouco para frente ao caminhar”.

Em outros diários as afirmações corroboram a premissa: “Era baixo e de aparência comum, de rosto feio, avermelhado e cheio de marcas. Seu cabelo era muito escuro e caía, desarrumado, em torno do rosto. (…) Suas roupas eram ordinárias, não muito diferentes da moda daqueles dias. (…) Falava com um sotaque forte e de uma maneira bastante comum. (…) Seu rosto, de expressão resoluta, exibia marcas, talvez de varíola”.  A análise de sua máscara mortuária revela também a existência de lesões e sulcos.

O editor da revista Pride, dedicada à comunidade africana e antilhesa do Reino Unido, afirma ser evidente a existência de um complô com a finalidade de ocultar a origem negra de Beethoven. Shabazz Lamumba, autor do artigo, afirma se tratar de um desejo dos brancos em se apropriar do compositor. Lamumba cita, ainda, a descrição do antropólogo Frederick Hertz que, em seu livro Raça e Civilização, descreve a pele morena e o nariz largo do gênio de Bonn.

Sabe-se que os antepassados paternos de Beethoven eram flamengos e que, devido ao cabelo espesso e pele morena, o compositor era muitas vezes chamado por seus amigos de “espanhol”. Teorias afirmam que Beethoven descenderia de escravos emigrados das colônias holandesas da América Central (em particular, da colônia de São Domingos).

A dominação espanhola nos Países Baixos – com a anterior dominação moura na Península Ibérica durante a Idade Média - mostra não ser impossível que corresse nas veias do compositor certa porção de sangue ibérico ou, em última instância, mouro, remontando às supostas origens africanas do músico.

 As feições encontradas na máscara mortuária do compositor em Heiligenstadt, Viena, podem confirmar tais afirmações. Será que onde há fumaça há fogo? Nunca saberemos.
Obs: Artigo da Revista Afro

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

O NOVO HOMEM ARANHA É NEGRO


 A notícia que abalou o mundo em quadrinhos, leia mais no link abaixo

Revista Afro - O Universo Negro Online

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quarta-feira, 31 de agosto de 2011

O Negro na Política, a Corrupção e a Revolução


É certo que o racismo e o preconceito existem em todas as áreas de atuação. É claro, ao longo dos anos, esse panorama mudou bastante, mas, em uma área específica, ... Leia mais no link abaixo

Revista Afro - O Universo Negro Online

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domingo, 7 de agosto de 2011

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

OS SUPER HERÓIS NEGROS

                        

Você lembra de um super herói negro?
E o Lothar, e a heroina Tempestade, e o Ororo,
e o Super Choque e o Jeremias da Mônica?
Então leia o link abaixo e descubra mais..
Revista Afro - O Universo Negro Online

terça-feira, 2 de agosto de 2011

JUREMA BATISTA

Uma mulher que atua e defende os direitos dos afrobrasileiros,
leia no link abaixo e veja mais

Revista Afro - O Universo Negro Online

quinta-feira, 28 de julho de 2011

domingo, 26 de junho de 2011

segunda-feira, 23 de maio de 2011

UMA AFROBRASILEIRA EM MOSCOU

A jovem ex-modelo Dayanna Alvarenga de 24 anos conta como é viver numa terra fria,
clik no link abaixo e saiba mais.

Revista Afro - O Universo Negro Online

terça-feira, 17 de maio de 2011

OS ARTISTA AFRO BRASILEIROS

CONHEÇA OS ARTISTA AFRO BRASILEIROS QUE
FAZEM PARTE DA HISTÓRIA DO BRASIL

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Revista Afro - O Universo Negro Online

segunda-feira, 16 de maio de 2011

PROTAGONISTA NEGRA NA TV

Uma história linda, jovem negra pobre da periferia do RIO, sendo evangélica
tem que fazer suas escolhas priorizando seus valores.
Clik abaixo          
 
AISHA JAMBO VIVE A SUA PRIMEIRA PROTAGONISTA NA TV .

segunda-feira, 14 de março de 2011

O ÍNICIO DO PROCESSO DA ESCRAVIDÃO NA ÁFRICA

Existem muitas interpretações fora da África em relação de como os africanos enxergam o fenômeno da escravidão, situação pela qual foram submetidos durante muitos séculos os seus cidadãos. A maioria das narrações feitas por autores ocidentais apresenta um reflexo como se a escravidão fosse um comércio normal de qualquer mercadoria. O objetivo do presente trabalho é demonstrar primeiro como a escravidão foi enxergada pelos africanos e logo desvendar algumas questões ocultadas pelos ocidentais
.
Na história da humanidade, a posição que a África ocupava antes da invasão européia era muito privilegiada. A chegada dos europeus não só marcou o inicio dos contactos entre a civilização européia e africana, mas também significou a destruição das sociedades autóctones( habitantes natural da África) que tinham criado instituições próprias e que funcionavam com certa estabilidade. Ao mesmo tempo, também significou a intensificação da nefasta atividade de escravidão que exauriu a África de braços e mentes por quase cinco séculos (Filho, 2000).
            Percebe-se que a escravização e a história africana narrada nos livros ou artigos ocidentais, são historia tergiversadas(cheia de rodeios enganosos) e até certo ponto, narradas com o único objetivo de demonstrar superioridade européia e americana em relação ao africano ou demonstrar a superioridade da raça branca sobre a negra. Quase sempre essas histórias escritas são acompanhadas por imagens pintadas com todo orgulho de africanos escravizados acorrentados e colocados nos diversos navios sem as mínimas condições humanas. Porém, o que os ocidentais não explicaram bem foi exatamente como iniciou esse processo de escravização - troca de trabalhadores, termo que era utilizado pelos reis africanos na altura -.  Justamente partindo deste fato, que o objetivo do artigo é explicar como na verdade se iniciou o processo da escravidão na África.
            É bom não esquecer que antes da chegada Européia, a África através dos seus diversos  impérios, reinos e dinastias, contava com instituições bem organizadas e estruturadas. Nos diversos impérios e reinados africanos, existiam pessoas que trabalhavam para a casa real, inclusive cidadãos europeus; mas poucos europeus desvelaram esse mistério e, nem narram que também foram colonizados pelos africanos, sobretudo a Espanha e Portugal.
            Os trabalhadores das casas reais realizavam distintas funções. Alguns cuidavam das plantações ou fazendas; outros eram guardas pessoais ou cuidavam das filhas ou filhos dos reis, que na verdade viviam em mansões de luxos. Muitos desses trabalhadores, depois eram aceites e incorporados a própria casa real. Os motivos eram diversos, alguns  como recompensa pela fidelidade perante os amos e outros por algumas histórias de amor – em muitos casos as filhas dos reis se apaixonaram de alguns trabalhadores da casa ou alguns filhos dos reis que se apaixonaram de algumas trabalhadoras.
            Então, quando chegaram os colonizadores e vendo como funcionava tudo aquilo, com trabalhadores dos reis ou imperadores realizando varias tarefas (divisão de trabalho), disseram aos reis africanos que pretendiam levar alguns dos trabalhadores para Europa para que estes desenvolvessem as mesmas funções que faziam nos seus países. Os reis africanos não viam nenhum impedimento nesse sentido, e aceitaram o pedido recebendo em troca fumos, armamentos e outras mercadorias européias. Os imperadores africanos  achavam que os seus trabalhadores iriam desempenhar as funções dignas de um ser humano, desconhecendo a priori que estes eram maltratados, castigados, escravizados quando chegavam ao continente Europeu e, sobretudo Americano. Foi por esse motivo que a escravidão durou muito tempo, já que quando os europeus voltavam para a África, informavam aos reis que os trabalhadores (escravos na denominação ocidental) estavam todos bem de saúde e trabalhando dignamente; os reis faziam mais e mais trocas de trabalhadores com os Europeus.
            Na verdade, se os reis soubessem que os seus trabalhadores iam ser escravizados, maltratados e obrigados a trabalhos forçosos, com certeza nunca iriam aceitar esse trato de enviar seus trabalhadores. O fator negativo neste sentido, é que na altura não existiam meios de comunicação, nem outras vias de comunicação para que os reis e o povo africanos em geral soubessem como estavam sendo tratados os seus parentes. A única teoria que se tinha é que os trabalhadores foram enviados para outros países, com vista a trabalharem honestamente para de esta forma melhorar suas condições de vida. Algo muito natural, relacionado inclusive com o fenômeno atual: trabalhadores dos países em desenvolvimento, que emigram para Europa ou América do Norte para buscar melhor emprego que lhes permita melhorar as condições de vida.
            Grosso modo, os livros ocidentais tergiversam totalmente essa história e a narram como se os reis tivessem uma verdadeira noção do que estavam acontecendo. Esclarecer ainda, que a troca de trabalhadores existia entre africanos e árabes, antes mesmo da chegada dos Europeus e os africanos pensaram que seria o mesmo processo. Entretanto, o cinismo e hipocrisia européia prevaleceram sobre a boa vontade e senso comum dos reis africanos; que sem o mínimo conhecimento facilitaram a escravização de seus cidadãos de forma cruel e desumana. 

Artigo retirado do site Artigonal:
 
Lito Nunes Fernandes
Doutorando em Economia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Mestre em Administração Financeira pela Universidade de Mondragón (Espanha).